A ESCOLA ANALÍTICA

Na área de ensino, atuamos como escola de cursos livres, com capacitação profissional direcionada para solução de problemas reais - sejam eles atuais ou futuros. Ensinamos através de projetos customizados, laboratórios de experimentos, solução de desafios, workshops, aulas expositivas e interativas. Com uma metodologia exclusiva e autoral, e infraestrutura projetada para a educação analítica, construímos uma experiência completa e imersiva, possibilitando ao público vivenciar situações reais e praticar em ambientes propícios ao desenvolvimento analítico. 

Acreditamos que a educação analítica, quando ocorre por meio de projetos e laboratórios aplicados diretamente em situações reais de mercado, propicia uma vivência integrativa. Privilegiamos as formações de curta duração em razão da acelerada demanda do mercado e necessidade de mudança constante, e, sempre que possível, preferimos atuar na curadoria de conteúdos, laboratórios de experimentos, orientação estratégica, mentoria especializada, diálogos de aplicações reais e avaliação entre pares, ao invés de aulas expositivas.

Nossos cursos são classificados enquanto curso livre de capacitação profissional, sendo certificado pelo Cappra Institute com Base Legal no Decreto Presidencial N° 5.154, de 23 de julho de 2004 e Lei nº 9.394/96 – Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

Para estabelecer nossos programas, cursos e aulas, também nos orientamos a partir das Dimensões e Desenvolvimento das Competências Gerais da Base Nacional Comum Curricular (Movimento pela Base Nacional Comum, Center for Curriculum Redesign e BNCC), para, assim, trabalhar a capacitação profissional relacionada à educação analítica como ensino complementar da educação básica nacional.

Nossas metodologias e práticas educacionais são inspiradas por movimentos como o Círculo de Cultura de Paulo Freire; Aprendizagem para o Domínio e métodos de gameficação aplicados por Khan Academy; e uma lente autoral de Ricardo Cappra sobre o Aprendizado Data-driven.

Para favorecer a educação analítica, o portfólio de desenvolvimento é submetido a práticas exclusivas, com atividades em laboratórios especialmente projetados para esse fim, salas de aula virtuais e presenciais, coworking voltado à disciplina, desafios, oficinas e experimentos lúdicos. 

Laboratório de Aprendizagem Analítica

Nossos cursos foram criados para aprendizagem híbrida. Foram especialmente desenvolvidos para compartilhamento de conhecimento, vivências em laboratórios, e atividades que potencializam a interação ao vivo tanto de participantes on-line quanto no ambiente presencial. Contamos com recursos assíncronos complementares, além de projetos reais - situações e projetos de mercado - para favorecer o processo de aprendizagem. Ao participar de um dos cursos do Cappra Institute, você poderá ter acesso a:

> Aulas síncronas (ao vivo) para interação simultânea de participantes de grupos presenciais ou on-line;

> Turmas reduzidas para favorecer o processo de desenvolvimento analítico;

> Coordenadores, instrutores e monitores especializados no tema e com vivência real para condução do processo de aprendizagem;

> Conteúdo assíncrono (on-demand) para estudos e atividades complementares e jornada de desenvolvimento individual do aluno;

> Laboratório de experimentos para casos reais, com a jornada de aprendizagem desenvolvida para aplicação em situações de mercado;

> Ambiente de interação com outros participantes, potencializando o desenvolvimento e aprendizagem entre pares, além da interação direta com especialistas o Cappra Institute;

> Corpo docente voltado à prática, com experientes pesquisadores, analistas, cientistas e consultores de mercado, que ajudarão na navegação do processo de aprendizagem e mentoria para desenvolvimento acelerado em situações reais;

> Certificado internacional emitido pelo Cappra Institute, com descrição das habilidades analíticas desenvolvidas para comprovação da jornada de aprendizagem.

Laboratórios de casos reais

Para transcender os laboratórios de experimentação, buscamos, com nossos parceiros de mercado, oportunidades, desafios e missões com problemas reais, onde o indivíduo pode vivenciar no processo de aprendizagem a realidade em que se aplica. Assim, muitas vezes possibilitando a participação na criação de soluções definitivas e até transformando projetos em negócios. O laboratório de projetos conecta os alunos diretamente a oportunidades de trabalho, com organizações sólidas que propiciam um rápido avanço na carreira profissional, além da aprendizagem tradicional.

Infraestrutura de estudo e ensino

Para desenvolvimento pleno da missão e atingimento da visão do instituto, criamos uma infraestrutura híbrida (ambiente físico e virtual) dedicada ao tema, que foi especialmente projetada para dar suporte às soluções de ensino e pesquisa. Esses centros compartilham dos seguintes ambientes e recursos:

> Escola analítica (para aulas e cursos livres);

> Centro de pesquisa (como hub para pesquisadores, cientistas e analistas);

> Laboratório de dados (para experimentos científicos e analíticos);

> Espaço de co-criação (para workshops e experiências data-driven);

> Espaço de compartilhamento de conhecimento (para eventos e conteúdos);

> Coworking Data & Analytics (como hub para profissionais interessado no assunto);

> Metodologia desenvolvida para formato híbrido (presencial e virtual);

> Ferramentas avançadas para dar suporte à metodologia educacional analítica.

Dataworking

O DataWorking é um coworking especialmente desenvolvido para profissionais analíticos. Nesse coworking, o Cappra Institute disponibiliza um espaço de trabalho com possibilidade de acesso a laboratórios de dados, suporte, mentoria, entre outras ferramentas para acelerar e facilitar a atuação de profissionais de qualquer área que precisam realizar atividades técnicas ou práticas analíticas. 

Conheça a Escola Analítica nesse vídeo de sua inauguração em 2023


POR QUE A EDUCAÇÃO ANALÍTICA É TÃO IMPORTANTE:

Sociedade Analítica: uma fusão entre dados e vida

A influência da tecnologia na forma como as pessoas se relacionam com o mundo é notável. Vivemos em uma sociedade profundamente conectada pelas redes digitais, que proporcionam uma série de oportunidades. Através de intrincados circuitos, diversas interfaces tecnológicas ao redor do globo estão interligadas, transcendendo barreiras de idioma e cultura. Esse entrelaçamento resulta na proliferação de dados gerados pelas interações entre seres humanos e máquinas.

Mesmo não sendo entidades biológicas, essas máquinas têm a capacidade de coletar dados dos indivíduos e, em questão de milissegundos, adquirir um entendimento detalhado do corpo e comportamento humano. Assim, a informação se entrelaça de forma inseparável com a humanidade graças ao avanço tecnológico. Enquanto alguns geram dados, outros se dedicam a transformá-los e analisá-los meticulosamente, em busca de padrões ou anomalias. Essa busca incessante visa o desenvolvimento de aplicações que vão desde a preservação de vidas até a busca de recompensas financeiras.

O resultado dessa fusão é uma profunda transformação em todos os aspectos que compõem o mundo, incluindo as dimensões humana, social e econômica. Essa transformação é impulsionada pela técnica e sua capacidade de disseminar informações através dos circuitos interligados, que estão remodelando o tecido da sociedade de maneiras profundas e impactantes.

Nesse contexto, tanto a sociedade quanto os profissionais de diversas áreas tornam-se analistas de dados, monitorando informações e realizando descobertas em tempo real para embasar decisões, utilizando uma variedade de evidências. Isso gera um entendimento analítico do mundo, levando a mudanças nas formas de viver e conviver.

Os circuitos simbolizam a tecnologia, que afeta e transforma a vida de todos os indivíduos, gerando novas formas de vida e trabalho. As implicações disso reverberam na base das novas gerações. As gerações vindouras serão formadas por indivíduos nativos digitais, resultado da fusão entre seres humanos e máquinas. Eles carregarão consigo informações sobre seus próprios corpos, buscando corrigir possíveis imperfeições, como ocorre nas aplicações voltadas ao genoma humano. Em poucos anos, as informações serão tão precisas que os rumos da vida serão sistematicamente alterados, impulsionados pelos dados coletados e processados atualmente. Questões éticas e humanas emergem em larga escala, abordando desde o funcionamento dos algoritmos até as respostas geradas pelas interfaces de inteligência artificial generativa.

Os recursos naturais sofrem influência direta dos circuitos, que, por consequência, transformam o ambiente habitado pelos seres humanos. Isso ocorre devido aos dados que se convertem em informações, orientando as escolhas humanas. A geração analítica já é uma realidade, com nativos digitais utilizando dados para deslocamento por meio de aplicativos de transporte, monitoramento da saúde e criação de novas formas de trabalho baseadas em conexões digitais e redes, entre outras transformações, resultantes do impacto da aceleração tecnológica da informação, que está profundamente enraizada na sociedade. As habilidades analíticas tornaram-se essenciais para o trabalho em todas as áreas de atuação, e aqueles desprovidos desses recursos ficam à margem de uma sociedade hiperconectada, moldada pela tecnologia.

 
 

A árvore que simboliza o movimento de educação analítica do Cappra Institute, cuja raiz é formada por circuitos, simboliza a influência da tecnologia no funcionamento dos seres vivos. Os dados fluem continuamente, nutrindo as informações necessárias para a sobrevivência do ecossistema. Essa condição afeta os elementos naturais, transformando o "natural" em algo resultado da interação com o artificial. Tudo o que surge hoje é moldado pela tecnologia da informação, e a educação analítica surge como uma ferramenta de esclarecimento para o indivíduo.

Como já afirmou Heidegger, a técnica tem o papel de revelar algo ao homem, oferecendo-lhe um caminho para descobrir o que não estava presente nele anteriormente. Isso se torna a forma específica e possibilitadora do homem habitar o mundo. Uma nova geração analítica inevitavelmente se relaciona com o mundo por meio de dados interconectados por circuitos tecnológicos, alterando o curso de suas vidas através dessa forma de esclarecimento da realidade. O ser humano, embora seja um componente vital e inteligente, faz parte de um ecossistema complexo e auto-gerador, no qual o artificial e o natural coexistem para a sobrevivência do todo.

por Ricardo Cappra


MANIFESTO DA EDUCAÇÃO ANALÍTICA

por Ricardo Cappra

O ano é 2022, um abundante universo de informações soterrou a humanidade em uma aceleração tecnológica sem precedentes, mas a grande maioria das organizações e indivíduos não foram preparados para lidar com todos esses recursos que estão à disposição. Informação, ciência e tecnologia se entrelaçam como áreas de conhecimento interdependentes para solucionar problemas reais do mundo, mas, até aqui, essas disciplinas não fizeram parte da educação básica da sociedade.

Atualmente, os dados são insumos muito valiosos no planeta. Eles podem ser transformados em informações, orientar decisões e negócios, e até conduzir máquinas inteligentes, gerando, assim, um impacto estrondoso na sociedade e na economia global. A prova disso são as companhias mais valiosas do mundo serem de tecnologia da informação. A transformação digital surge para ser um mecanismo de empoderamento dos indivíduos através do melhor uso de máquinas e softwares que os cercam, mas na realidade, tudo se resume à amplificação do fenômeno Big Data. As organizações mais poderosas do mundo, sejam elas sociais, privadas ou governamentais, são aquelas que administram fluxos de informações de maneira mais eficiente, e transformam dados em inteligência, seja essa inteligência de tipo analítica ou artificial.

Você acaba de chegar à era analítica, um lugar onde os indivíduos têm a possibilidade de analisar dados e visualizar as informações através de diferentes perspectivas ou contextos. Os dados relacionados ao conhecimento coletivo agora podem ser armazenados, qualificados e organizados, gerando análises inéditas a partir de fatos e evidências disponibilizadas pela própria sociedade. Através de avançados recursos analíticos, e com grande poder computacional, já é possível realizar uma investigação crítica, sistêmica e em tempo real de dados. Para isso, utiliza-se sofisticados modelos matemáticos, processamento quântico de informação e suporte de aprendizado de máquina, suprindo aquilo que o cérebro humano não tem condições de fazer sozinho em razão de sua memória limitada e finita capacidade de processamento. Recursos tecnológicos cada vez mais amigáveis possibilitam análises descritivas, preditivas e até prescritivas, com taxas de erro cada vez menores quando as previsões são realizadas de maneira adequada. Sistemas ultravelozes de busca em bancos de dados cada vez mais robustos, dão suporte a visões dinâmicas sobre a realidade, permitindo ainda a simulação de hipóteses, cruzamentos de dados, projeções de cenários. Tudo isso, amparado por modelos de armazenamento de conhecimento super potentes. Todos esses recursos estão disponíveis e a serviço da humanidade, mas atualmente servem a poucos indivíduos.

Apesar desse avanço, em especial dos recursos tecnológicos e da qualificação técnica, as habilidades analíticas da humanidade não foram aperfeiçoadas na mesma velocidade e qualidade. Isso significa que todo o potencial informacional está restrito a um universo específico de pessoas, geralmente oriundas de um perfil técnico-científico. Em parte, isso explica o motivo das empresas mais poderosas do mundo serem da área de tecnologia. Não aprendemos na escola a explorar dados, e muito menos a navegar em novas possibilidades que eles apresentam. Carregamos em nossas memórias iniciais as informações que foram transmitidas de maneira sequencial por professores, mas hoje, quando navegamos na internet, não encontramos a mesma narrativa, apenas um monte de dados não estruturados. Muitos desses dados inclusive contradizem o conhecimento que possuímos sobre algo, não necessariamente por despreparo dos professores que transmitiram o conteúdo originalmente, mas sim como resultado da falta de atualização do banco de dados no qual o tutor teve acesso quando foi formado.

Com tantos dados, ciência e tecnologia à disposição, usufruir desses recursos e transformar isso tudo em informação qualificada demanda uma capacidade de análise nunca antes exigida. É necessário uma abordagem que misture o potencial da crítica com os recursos tecnológicos, criando assim um pensamento analítico que, quando aplicado de maneira coletiva, se transforma em uma característica cultural da sociedade. A cultura é resultado da adoção de um hábito por um grupo de pessoas. Quando uma prática analítica torna-se rotina, aquilo passa a ser parte integrante do ambiente de convívio. Atualmente, de maneira geral, a cultura analítica não é uma prática comum. Ela não está enraizada nos hábitos dos indivíduos, já que as habilidades para isso não foram ensinadas, pelo menos não na formação básica da geração que atualmente encontra-se no mercado de trabalho.

A próxima geração de profissionais será mais analítica, pois serão nativos digitais usufruindo de todo potencial tecnológico e informacional que tem à sua disposição. Essa geração vive em um ambiente dinâmico e hiperconectado, com potencial de aprendizagem amplificado — em parte graças ao armazenamento e processamento de dados em escalas exponenciais —, sendo o desenvolvimento das habilidades analíticas introduzido como uma parte da formação cultural. Não é possível afirmar que a próxima geração da sociedade será melhor, mais justa ou mais verdadeira em razão disso, mas é inevitável que ela seja a melhor informada, pois terá maior capacidade crítica e mais recursos para analisar as evidências, ou seja, será uma geração analítica. Nunca antes tivemos tantas possibilidades de armazenamento de conhecimento e tantos recursos para navegar nos dados, que permitem alavancar as visões e oportunidades com relação aos fatos do mundo.

Apesar de atrasados quanto ao desenvolvimento de habilidades fundamentais para lidar com tantas informações, a cultura analítica é um caminho sem volta. Em um futuro próximo, independente de nossas crenças ou realidades, não haverá menos tecnologia e nem menos informação, viveremos em um mundo inundado de dados e, consequentemente, com muitas possibilidades analíticas. A educação analítica é uma urgência. Sem inserir esses recursos e habilidades na base estrutural de nossa sociedade, cria-se um abismo entre os privilegiados, que analisam dados e tomam decisões - e ainda podem disseminar isso em larga escala através de algoritmos e inteligência artificial -, e aqueles que não tem a oportunidade de participar ativamente desse processo. A educação analítica é um mecanismo de liberdade, que cria um movimento de ruptura contra a dominação política, sistêmica e algorítmica. Ela gera, assim, uma sociedade fortalecida pela cultura analítica, que possui ferramentas para pensar, analisar, criticar e julgar, a partir de evidências, a realidade à sua volta, utilizando-se ainda de poderosos recursos informacionais, tecnológicos e científicos que estão disponíveis no século XXI.

*Esse manifesto foi escrito durante o desenvolvimento do plano 2025 do Cappra Institute por Ricardo Cappra, como inspiração para um movimento de educação que supera os limites do próprio instituto, e assim instiga um movimento não-técnico com relação às práticas analíticas, onde torna-se necessária uma mudança de hábito e uma transformação comportamental da sociedade nesta era da informação.

23.10.2022